O BRINCO

Na noite, cato, alheio a tudo, a tua mão
que faz pulsar os meus mistérios,
meus desconhecidos adultérios
a ressuscitarem o que nunca fui. 
Sereno mato a minha dor
e estrangulo quem não sou
para saber de mim.

E no outro dia, à luz do sol,
eu passo o sentimento a limpo,
verifico novamente se é um sonho
e acordado brinco
revivendo a tua mão em mim
e o meu amor intensifico
enquanto a minha, num deleite,
afagava o teu brinco.
Era de fato
o nosso ato impuro
no silêncio puro grito.
No meu peito o teu calor
fazendo aquilo que era dor
se transformar em infinito.




                                                                  Paulo Franco


               XXI CONCURSO DE POESIA 
              ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE PARANAPUÃ – ALAP
              TIJUCA/RIO DE JANEIRO – 2010
              MEDALHA DE BRONZE 

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