INTERLÚDIOS

As músicas que estão em nós,
os versos, sonhos, as saudades…
fazem-nos múltiplos.

Contemporâneos,  às vezes.
Passado quase sempre.

Tocamos as coisas
em dó maior do que sabemos
enquanto a pena
rege um texto sem musicalidade alguma.

A vida é uma representação
de vagas sensações
que nos concretizam
resultado de ilusões arrítmicas.

O hoje é executado pelo ontem
ainda que não exista amanhã
e tudo isto nos transcende
à harmonia do infinito que imaginamos.

As músicas em nós
nos acordes se desatam
acalmando os desalinhos
que o silêncio faz na alma
que se orquestra em interlúdios
de um efêmero que não passa.

Paulo Franco


III FESTIVAL “UM JARDIM DE POESIA” – ( Agosto/2011)
BOM JARDIM / RJ
2º LUGAR

4 respostas a “”

  • Que poema lindo, Paulo!

    "As músicas em nós
    nos acordes se desatam
    acalmando os desalinhos
    que o silêncio faz na alma
    que se orquestra em interlúdios
    de um efêmero que não passa."

    *Interlúdios… que são os intervalos, as pausas, acalma "o silêncio que faz na alma"… Bom mesmo, hein, poeta?

    E são "nós"… e desatam!
    Fossem "laços" seria muito comum, afinal, flor é sempre flor!
    Mas há algo de consistente, de permanência em "nós", duradouros… num efêmero que não passa!
    Lindo, lindo…

    Taí, assim é a amizade. Vou guardar estes versos. Vai que alguém me indague, algum dia, do teor da Amizade? (há quem surja, vez por outra com tais questionamentos filosóficos, tal não é, de todo, improvável).. Direi que ela se assemelha aos interlúdios: Ainda que com pausas intercaladas, será sempre Amizade, desde que verdadeira, consistente, firme em "nós" e de um efêmero que não passa! E não passará… Embora "passado quase sempre" 🙂

    Parabéns! Segundo lugar? #2 então 🙂
    Bom Jardim, meu amigo Poeta!

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